terça-feira, julho 03, 2018






Tantas as rugas do tempo
pelas encostas desta vida…
tanta coisa já vivida
e quanta mais por viver
tantos dias, tantas noites
a andar no engenho que ela
nos oferece ao nascer…
com ele vamos crescendo
nos verãos da nossa história
e dele vem a memória
das outras mais estações;
quando a vida é descendente
e devagar traz à gente
muitas cãs, muitas engelhas
e muito tempo aos serões
é que o tempo quase voa
co’a loucura do milhano
e qualquer dia é um ano
a menos no calendário…
então
pesa mais nosso fadário
o corpo prá terra inclina
e o poema da vivência
tem na vida esta cadência
das continhas dum rosário!...

 Maria Mamede

("NAS ENCOSTAS DO TEMPO"