domingo, dezembro 09, 2018





HORAS

 Senhora das Tempestades
Vem no ocaso dos dias
Em todas as agonias
A toda a gente que chora;
Eu te imploro, a cada hora
Por crenças, filosofias
Senhora das ventanias
E o desapego de agora;
Senhora feita de luz
Luzeiro mor nesta vida
Tu que levas de vencida
Toda a dor, toda a tristeza
És Senhora da riqueza
Na alma de cada ser
E porque Te é dado ver
Pra dentro de cada um
Sofres como mais nenhum
Outro ser, entre os mortais;
Se pensamos ser iguais
A Ti, ó Graça tamanha
Apenas Tu és montanha
Sopé, as nossas vontades
Só Tu és luz que nos banha
Senhora das Tempestades!
Senhora de horas dolentes
Na solidão dum claustro
Sem vil metal, sem o fausto
Do que se compra no mundo
Traz teu abraço profundo
Senhora da liberdade.
 Dá-nos a serenidade
Senhora, nas agonias
E faz que vença a verdade
Senhora das ventanias
Na senda de vãs vontades;
Ó dona das tempestades
Vem no ocaso dos dias!...

Maria Mamede