sábado, agosto 25, 2018



ALENTEJANDO

Cigarras cantam a canção dolente
de lendas mouras e de amores sem fim
como se chorando, ao calor mordente
a paixão que finda em ti e em mim.

O cacto aloé à beira da ‘strada
vai ficando longe, coberto de pó
tudo é caminho, ‘té de madrugada
e a vida ficando cada vez mais só!

Cai a noite morna e o passo arrasta
o cansaço quente, a tristeza fria
desperta o milhano, traz o sol em brasa
canta’ o Alentejo ao nascer do dia!


Maria Mamede