LEMBRANÇAS
Relembro as festas
Pascais
nas saudades da infância
e relembro a constância
do labor das matriarcas
que das finanças
mais parcas
por encanto, por magia
criavam tanta iguaria!
Lembro a alegria gulosa
de pequenos e crescidos
à mesa, farta de enchidos
e outras carnes
da casa
e relembro o grão
na rasa
e a farinha peneirada
pra fazer a doçaria…
relembro o pote
à lareira
sempre quente
plo borralho
e a alegria plo trabalho
acabado, ao fim do dia;
relembro flores, passarada
a cantar desenfreada
pela aurora e à tardinha
relembro a enchida
a cortinha
e o aroma a cidreira
do chá, na “chicolateira”
como dizia a avó
e aquele café em pó
no coador de flanela
de inigualável sabor…
relembro a cruz do “senhor”
trazida por muita gente
que de campainha
à frente
deixava a igreja, seu lar
e vinha-nos visitar!
Toda a gente à sua espera
ataviada a preceito
no fato de domingar
ajoelhava ao beijar
os pés da cruz
com fervor
como se fosse
o “senhor”
que estivessem a beijar;
tinham a alma no peito
tinham o céu no olhar!
E quando o dia
acabado
Nos chamava ao descanso
O sono era longo
e manso
Sem pesadelos
sem sustos
O dito sono dos justos!
Maria Mamede
Pascais
nas saudades da infância
e relembro a constância
do labor das matriarcas
que das finanças
mais parcas
por encanto, por magia
criavam tanta iguaria!
Lembro a alegria gulosa
de pequenos e crescidos
à mesa, farta de enchidos
e outras carnes
da casa
e relembro o grão
na rasa
e a farinha peneirada
pra fazer a doçaria…
relembro o pote
à lareira
sempre quente
plo borralho
e a alegria plo trabalho
acabado, ao fim do dia;
relembro flores, passarada
a cantar desenfreada
pela aurora e à tardinha
relembro a enchida
a cortinha
e o aroma a cidreira
do chá, na “chicolateira”
como dizia a avó
e aquele café em pó
no coador de flanela
de inigualável sabor…
relembro a cruz do “senhor”
trazida por muita gente
que de campainha
à frente
deixava a igreja, seu lar
e vinha-nos visitar!
Toda a gente à sua espera
ataviada a preceito
no fato de domingar
ajoelhava ao beijar
os pés da cruz
com fervor
como se fosse
o “senhor”
que estivessem a beijar;
tinham a alma no peito
tinham o céu no olhar!
E quando o dia
acabado
Nos chamava ao descanso
O sono era longo
e manso
Sem pesadelos
sem sustos
O dito sono dos justos!
Maria Mamede
1 Comments:
São estas memórias que nos fazem pensar que valeu a pena esta peregrinação.
Um abraço e bom fim de semana
Enviar um comentário
<< Home