segunda-feira, agosto 29, 2011

Como o povo escolhido...

Como o povo escolhido
errei
quarenta anos
no deserto
à espera da terra
prometida
e ao correr dos dias
chamei vida
nuns braços que sonhei…
ó desenganos
e perdida, tão perdida
eu acordei
sem idade, sem pátria
sem esperança
sem oásis de alma
e sem bonança
só deserto
fim de vida
onde cheguei!...

Maria Mamede


10 Comments:

Blogger Maria said...

Ainda não, Maria Mamede.
Mais uma vez o poema é muito bonito.

Um beijo.

9:38 da tarde  
Blogger Elvira Carvalho said...

Um poema que retrata a situação dum país de forma magistral.
Um abraço e uma boa semana

10:52 da tarde  
Blogger Graça Pires said...

Quando as nossas mãos se enchem de barcos disponíveis para viagens à terra prometida...
Um belo poema.

12:42 da tarde  
Blogger Filoxera said...

A esperança renasce e reinventa-se a cada momento...
Beijos, amiga.

1:36 da tarde  
Blogger Isamar said...

Há que não perder a esperança embora eu te compreenda muito bem, Maria Mamede. A cada dia que passa, de trambolhão em trambolhão, observamos uma sociedade triste, melancólica, sem razões para sorrir...

Beijinhos

Bem-hajas pelo excelente poema que retrata tão bem o nosso quotidiano.

11:14 da manhã  
Blogger São said...

O poema é bonito.

Só acho que não existem povos escolhidos.

Boa semaana

5:16 da tarde  
Blogger luís filipe pereira said...

poema muito interessante de que me permito sublinhar a errância, o nomadismo, o percurso interior pelo âmago do deserto, a busca entre a poeira, os grãos de silêncio e a textura das rosas do deserto.

grato pela partilha,

filipe

12:25 da tarde  
Blogger Mel de Carvalho said...

Sabe, Maria,
de alguma forma isso aconteceu comigo - atravessei o deserto durante quarenta anos, ocultei o verbo de minha própria sombra, que, tal candeia, mandei adiante e ainda nem sequer retornou a mim...

a sua poesia, Maria, é, já lho disse, belíssima. grata lhe sou, pela partilha.

permita-me um beijo
Mel
Mel

6:40 da tarde  
Blogger Elvira Carvalho said...

Não entendo. Tenho a indicação de um post novo à 5 horas, mas este já cá está há bastante tempo.
Um abraço e uma boa semana

8:25 da tarde  
Blogger Aquarela said...

Belo poema minha querida amiga, gostei muitíssimo!!!

Tudo recomeça depois de uma passagem pelo árido deserto... até o deserto floresce quando deixamos a alma chamar pela vida que nunca tem fim, apenas nos ilude, fazendo-nos pensar assim!

A sua pátria; Maria, é a alma de poetisa onde habitam estas belas palavras...isso nunca se perde!

Beijo grande

11:10 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home