Como o povo escolhido...
Como o povo escolhido
errei
quarenta anos
no deserto
à espera da terra
prometida
e ao correr dos dias
chamei vida
nuns braços que sonhei…
ó desenganos
e perdida, tão perdida
eu acordei
sem idade, sem pátria
sem esperança
sem oásis de alma
e sem bonança
só deserto
fim de vida
onde cheguei!...
Maria Mamede
errei
quarenta anos
no deserto
à espera da terra
prometida
e ao correr dos dias
chamei vida
nuns braços que sonhei…
ó desenganos
e perdida, tão perdida
eu acordei
sem idade, sem pátria
sem esperança
sem oásis de alma
e sem bonança
só deserto
fim de vida
onde cheguei!...
Maria Mamede
10 Comments:
Ainda não, Maria Mamede.
Mais uma vez o poema é muito bonito.
Um beijo.
Um poema que retrata a situação dum país de forma magistral.
Um abraço e uma boa semana
Quando as nossas mãos se enchem de barcos disponíveis para viagens à terra prometida...
Um belo poema.
A esperança renasce e reinventa-se a cada momento...
Beijos, amiga.
Há que não perder a esperança embora eu te compreenda muito bem, Maria Mamede. A cada dia que passa, de trambolhão em trambolhão, observamos uma sociedade triste, melancólica, sem razões para sorrir...
Beijinhos
Bem-hajas pelo excelente poema que retrata tão bem o nosso quotidiano.
O poema é bonito.
Só acho que não existem povos escolhidos.
Boa semaana
poema muito interessante de que me permito sublinhar a errância, o nomadismo, o percurso interior pelo âmago do deserto, a busca entre a poeira, os grãos de silêncio e a textura das rosas do deserto.
grato pela partilha,
filipe
Sabe, Maria,
de alguma forma isso aconteceu comigo - atravessei o deserto durante quarenta anos, ocultei o verbo de minha própria sombra, que, tal candeia, mandei adiante e ainda nem sequer retornou a mim...
a sua poesia, Maria, é, já lho disse, belíssima. grata lhe sou, pela partilha.
permita-me um beijo
Mel
Mel
Não entendo. Tenho a indicação de um post novo à 5 horas, mas este já cá está há bastante tempo.
Um abraço e uma boa semana
Belo poema minha querida amiga, gostei muitíssimo!!!
Tudo recomeça depois de uma passagem pelo árido deserto... até o deserto floresce quando deixamos a alma chamar pela vida que nunca tem fim, apenas nos ilude, fazendo-nos pensar assim!
A sua pátria; Maria, é a alma de poetisa onde habitam estas belas palavras...isso nunca se perde!
Beijo grande
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