domingo, abril 05, 2009

TEMPESTADES

Quando no peito a noite é mais profunda
que a noite que desce na cidade
quando na verdade que me inunda
o tempo é só inverno na idade...

quando no olhar há só talvez
ou até sempre, ou até nunca mais
e em mim deixou de haver porquês
pela morte de tantos ideais...

quando o tempo põe a capa do invés
e troam sinfonias colossais
quando há mais mar que há marés
ecoando em crateras abissais...

e quando o mistério que há no rosto
é somente o rosto do cansaço
que faz em bagaço e em mosto
a vindimada vinha do espaço

feche-se a porta, cumpra-se o destino
que a terra, só exige o que lhe cabe;
voltemos à chegada, ao ser menino
é hora de regresso à eternidade!...

Maria Mamede

14 Comments:

Blogger Lmatta said...

lindo poema como sempre
beijos

6:15 da tarde  
Blogger marcos leite said...

TEMPLESTADES,SÃO AS ONDAS DE LAGRIMAS QUE NOS DERUBA E NOS LEVA ALÉM DO TEMPO!DEIXANDO MARCAS QUE NUMCA SAIRAM,E LEMBRANÇAS QUE NUMCA SERAM ESQUECIDAS!

6:18 da tarde  
Blogger Paula Raposo said...

Sempre bem, Maria!! Obrigada pelas tuas palavras que tanto me sensibilizaram. Muitos beijos.

9:43 da tarde  
Blogger Patrícia said...

Maria, fiquei completamente rendida assim que li a primeira quadra. Especialmente pela frase:
"o tempo é só inverno na idade..."
Tenho uma pasta onde coloco todos os poemas que acho fabulosos e este ocupou um espaço especial nessa mesma pasta.

Beijinhos Maria=)
Patrícia

10:54 da manhã  
Blogger Graça Pires said...

Um belo e melancólico poema.
Um beijo.

1:59 da tarde  
Blogger Meg said...

Querida Maria

Tanta trsiteza e desânimo neste poema tão belo!

...quando no olhar há só talvez
ou até sempre, ou até nunca mais
e em mim deixou de haver porquês
pela morte de tantos ideais...

...
feche-se a porta, cumpra-se o destino
que a terra, só exige o que lhe cabe;


Um poema da alma, muito eloquente.

Um beijo

3:47 da tarde  
Blogger Maria said...

Querida Maria

Há noites (e dias) assim. E queremos que assim sejam, e fiquem.
Mas os ideais, esses, temos que os fazer renascer, sempre...

Tens aqui um belo poema!
Um beijinho grande, Maria Mamede

8:30 da tarde  
Blogger Mare Liberum said...

Um poema lindíssimo embora revelando alguma melancolia.Espero que seja apenas do sujeito poético e não da Poeta.
" O poeta é um fingidor..." Desejo que seja o caso.
Já o tinha lido,nas noites de Vermoim, e degustei verso a verso.
Bem-hajas, amiga, por partilhares a tua obra connosco.É tão bom saborear poesia de qualidade!

Mil beijinhos

9:03 da manhã  
Blogger Arménia Baptista said...

Belo o poema.
...mas esse desalento...;)
bjinhos

9:27 da manhã  
Blogger Nilson Barcelli said...

Passei aqui por acaso.
Mas não poderia ir embora sem te dizer que gostei imenso da poesia que fazes. Parabéns.
Boa Páscoa.

8:23 da tarde  
Blogger Ana said...

Mesmo na noite mais profunda, pode nascer a luz da Poesia.
Tão melancólico como belo o teu poema, Maria.
Deixo-te um beijo com votos de Boa Páscoa.

2:38 da manhã  
Blogger Maria Faia said...

Amiga Maria Mamede,

Hoje venho desejar-te uma Páscoa Feliz, com muita Luz e muito Amor que irradiem por todos os dias da tua vida.

Um abraço Amigo,
Maria Faia

2:58 da manhã  
Blogger Elvira Carvalho said...

Vim desejar-lhe uma Páscoa Feliz, com muita Luz e muito Amor que irradiem por todos os dias da sua vida.
Um poema muito bonito apesar da tristeza latente.
Um abraço

11:46 da tarde  
Blogger Fenix said...

Lindo!
Fiquei emocionada...
Não sei que mais dizer...

Desejo uma Boa Páscoa.
Cheia de saúde, amor e sorrisos.
Beijinhos
São

Trago uma pequena lembrança...
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8:20 da tarde  

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