O PARDAL PIMPINELO
Olá!
Sou o Pardal Pimpinelo
E decerto o mais feliz
de quantos vivem por cá.
É que a filha do Juiz
a Laurinha do "mau pelo"
que é boa como não há
trepa ao muro do quintal
como qualquer rapazola
e coloca lá no alto
um tacho velho, cheiínho
de comida prós pardais;
Mas não é tudo, há mais...
acolhe os gatos vadios
e os rafeiros de ninguém
limpa e trata as suas feridas
dá-lhes comida também.
Mas aqui pró Pimpinelo
o tratamento é melhor
porque a Laurinha "mau pelo"
a filha do sôr Doutor
sente um carinho maior
cá por este pardalito.
É que um dia, 'inda novito
ao pegar na migalhinha
que a mãe trazia no bico
estiquei-me e catrapus
esborrachei-me no chão;
Pensei que ia morrer!
Mas a Laurinha, então
cuidou de mim a valar.
E tratou-me com tal arte
e desvelo, que agora
a voar ou a correr
eu ando por toda a parte
com a minha salvadora.
Recebo da sua mão
as migalhinhas de pão
e um carinho de mãe
por isso vejam lá bem
se eu preciso de mais;
Sou dela e de mais ninguém
e o mais feliz dos pardais!...
Maria Mamede
(do livro "Coisas para os meus netos")
Sou o Pardal Pimpinelo
E decerto o mais feliz
de quantos vivem por cá.
É que a filha do Juiz
a Laurinha do "mau pelo"
que é boa como não há
trepa ao muro do quintal
como qualquer rapazola
e coloca lá no alto
um tacho velho, cheiínho
de comida prós pardais;
Mas não é tudo, há mais...
acolhe os gatos vadios
e os rafeiros de ninguém
limpa e trata as suas feridas
dá-lhes comida também.
Mas aqui pró Pimpinelo
o tratamento é melhor
porque a Laurinha "mau pelo"
a filha do sôr Doutor
sente um carinho maior
cá por este pardalito.
É que um dia, 'inda novito
ao pegar na migalhinha
que a mãe trazia no bico
estiquei-me e catrapus
esborrachei-me no chão;
Pensei que ia morrer!
Mas a Laurinha, então
cuidou de mim a valar.
E tratou-me com tal arte
e desvelo, que agora
a voar ou a correr
eu ando por toda a parte
com a minha salvadora.
Recebo da sua mão
as migalhinhas de pão
e um carinho de mãe
por isso vejam lá bem
se eu preciso de mais;
Sou dela e de mais ninguém
e o mais feliz dos pardais!...
Maria Mamede
(do livro "Coisas para os meus netos")
9 Comments:
Uma ternurinha:))
bjs,
***maat
Já mo tinhas lido eu gostei de reler.
Gosto dessa pluralidade de estilos que denotam o grande talento que é teu.
Um beijo.
"Sou dela e de mais ninguém
e o mais feliz dos pardais!..."
A ternura e a fidelidade juntas a outras tantas carícias que nos deixas num açafate de amor para as tuas crianças. Para todas as crianças.
Já publicaste este livro? Ficaria muito bem em todas as bibliotecas das escolas do primeiro ciclo. Mas nas outras, onde nunca podemos deixar de plantar afectos, ficaria , igualmente, muito bem.
Que poema tão lindo, tão doce, tão terno, tão fabuloso para começar o dia.Logo que possa, quero lê-lo aos meus sobrinhos netos. Sem demora! E . depois, também aos meus netos. Quando eles vierem. Isto é amor do mais puro.És linda, Maria!
Beijinhosssssssssssssssssssssssss
Minha Querida Amiga!
Pensa em publicar esse livro logo que possas. De preferência com ilustrações. Se tiverem cor, tanto melhor. Como sabes, as crianças gostam de ler e observar as gravuras estabelecendo assim a a ligação entre o que lêem e o que vêem.
Continuo a dizer-te que para além do estilo poético,muito ao meu gosto, a história , em si, é mesmo de encantar.Faz falta uma sensibilização para a poesia desde a infância.
Beijinhos. Obrigada pela tua resposta e tem um bom dia, minha amiga.
Olá, Bom-Dia!
Extremamente sensibilizado pelas elogiosas palavras deixadas na minha humilde casota, venho agradecer as mesmas e beber um pouco do perfume inebriante de que estas letras estão possuídas.Quanto à afirmação sobre a minha mana Isabel:
A Isabel tornou-se minha irmã nestas páginas da Blogosfera. A terra que nos viu nascer, a vivência semelhante de antepassados, o reconhecimento mútuo de muitos locais e situações de vida, a paixão e o amor pelo povo genuíno da nossa terra aproximaram tanto a nossa forma de interpretar esses sinais que eu achei que ela poderia muito bem ser aquela irmã mais velha que eu realmente tenho. E ela simpaticamente adoptou-me!
Um grande abraço e um grande fim de semana.
Até breve
Maria, Amiga, Poeta...
De Amor e de Terra é um título tão apelativo que não resisti ,quando o li,e entrei. Hoje, já não passo sem tocar ao ferrolho e ficar um bocadinho à conversa. Gosto da mensagem que a tua poesia contém. Através dela, desenhei um ser humano muito doce, muito sensível, muito honesto...um Amigo. Ou melhor , uma Amiga! Para mim, já és uma amiga. Já estás cá, do lado de dentro, como outras que tenho feito.
Quanto ao Cusco, que fisicamente desconheço, é também um amigo.Um grande, grande amigo. As pessoas da minha terra, serrana, fria no Inverno, muio quente no Verão, têm o meu sangue ou eu tenho o sangue deles. Quando eu nasci, naquelas casas serranas, não se fechavam as portas e quem chegava era bem vindo. O Cusco é bem mais novo que eu mas é meu conterrâneo,fala dos mesmos sentires, das mesmas gentes, das mesmas paisagens. Adoptámo-nos sem outro conhecimento que não este. E da minha parte já é tanto, tanto amigo que o trato como irmão.
Para ti, deixo beijinhos em açafate de rosmaninhos
Andei ausente devido a muitos afazeres, pois tive que preparar e pronunciar uma palestra e estruturar e fazer uma exposição de fotografias antigas, o que me consumiu muito tempo e impediu de visitar os amigos.
Volto às lides e às visitas, com apreço e estima, e neste caso particular com total satisfação a grande prazer em percorrer esta excelente página. Boa semana.
Quis deixar comentários nos outros blogues mas somente aceitam comentários do Blogger.
De repente imagino-te com dois netos ao colo, um em cada perna, a contares-lhes esta estória...
Que bonito, que ternura...
Beijo pra ti, Maria Mamede
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