Hoje falo-te da minha terra
junto ao mar
com o verde dos campos
bordejando caminhos
apesar do asfalto
ter já invadido alguns
e inundado
as grandes estradas de ir e vir…
e como é Primavera
falo-te ainda
do regresso das andorinhas
aos beirais das casas antigas
onde as pombas
também acham poiso;
hoje a saudade
a minha saudade
enche-se de cantos e danças
dum passado Celta
que deixou no meu sangue
o sentido da honra
no peito e na palavra
e a firmeza no olhar
desafiando futuros
e descubro
que a tua terra e a minha
são duas gémeas
separadas à nascença!
Maria Mamede
(25/Maio/2020)