PORTO (à vol d'oiseau)
(Às vezes, regresso ao deslumbre da cidade, para a cantar...)
PORTO (à vol d'oiseau)
Vê-se um velho casario
à borda d’água, lá longe
e em cascata a cidade
crescendo, sempre a subir
sem parar, sem desistir…
vê-se torres, chaminés
e lá em baixo, a seus pés
o traçado incongrutente
de ruas e de avenidas
de calçadas e vielas
com gente triste e contente
e a cidade a respirar
pela gente que vive nelas…
e as casas a crescer
e tanta coisa a ruir
há muita vida a nascer
e tanta, tanta a partir!
É velha a minha cidade
mas do velho se faz novo
pois não importa a idade
plo amor que tem seu povo…
é triste a minha cidade
mas tem tamanha alegria
que mesmo de pedra escura
e com sua luz coada
é cidade iluminada
que chora e ri, desbragada
impondo a sua figura.
E sempre que alguém se atreve
a insinuar, mofando
ter de pedra o coração
sua gente, gargalhando
seus escritores vai lembrando
seus poetas vai cantando
sua história desfiando
e cala a provocação!
Maria Mamede
PORTO (à vol d'oiseau)
Vê-se um velho casario
à borda d’água, lá longe
e em cascata a cidade
crescendo, sempre a subir
sem parar, sem desistir…
vê-se torres, chaminés
e lá em baixo, a seus pés
o traçado incongrutente
de ruas e de avenidas
de calçadas e vielas
com gente triste e contente
e a cidade a respirar
pela gente que vive nelas…
e as casas a crescer
e tanta coisa a ruir
há muita vida a nascer
e tanta, tanta a partir!
É velha a minha cidade
mas do velho se faz novo
pois não importa a idade
plo amor que tem seu povo…
é triste a minha cidade
mas tem tamanha alegria
que mesmo de pedra escura
e com sua luz coada
é cidade iluminada
que chora e ri, desbragada
impondo a sua figura.
E sempre que alguém se atreve
a insinuar, mofando
ter de pedra o coração
sua gente, gargalhando
seus escritores vai lembrando
seus poetas vai cantando
sua história desfiando
e cala a provocação!
Maria Mamede