Em 2009, escrevi o poema abaixo, que infelizmente está cada vez mais actual.
NESTE MAIO
No Maio
deste ano
nada peço...
cansada
no verso e
no reverso
das
bolorentas promessas
de melhora
é com dor
que vejo ir
embora
a esperança
que tive
e que
professo...
mas crer, de
verdade
eu já não
posso;
e perdoem
que vos diga
nós sempre
tivemos
mais olhos
que barriga
e
acreditamos
porque
queremos
no arranjo,
por baixo do pano
e
valorizamos o engano
a mentira, o
dá-se um jeito;
quando se
fará direito
o que
entortamos?
E olhe-se
bem
aquilo que
logramos;
Já passaram
35 anos!
Dos cravos
nem se sabe
murchos
todos
nas
promessas incumpridas
e nos danos
e no pão que
falta em cada mesa;
que revolta
me dá
e que
tristeza
olhar os
olhos
de quem
sofre a rodos...
culpados?
Somos todos
ao cair, uma
vez mais
no mesmo
logro;
oxalá
acordemos
num recobro
de diferentes
promessas
sem perjúrio
do verbo ser
igual
a conjugar
que latente
em mim
há um
murmúrio
de tormenta
prontinha a
rebentar!...
30/04/09