sábado, setembro 29, 2018




Os dois poemas abaixo publicados,  foram escritos, como se verá pela data,  por via da Homenagem que a querida Amiga Dra. Conceição Lima fez ao POETA EGITO GONÇALVES, no seu programa de Poesia na Poesia na Rádio Vizela, quarta feira última.

Como afilhada dele e de um também querido Amigo, de longa data, NELSON FERRAZ, quis publicá-los neste meu BLOG. como parte da minhaa estória em comum com estes dois Grandes Poetas.


29/Setembro/2018

Maria Mamede



PRENDA  
(A Egito Gonçalves e Nelson Ferraz)

De vós a prenda
dum sonho cumprido
sonhado
muito antes e vivido
já lá vão tantos anos…
uma vida!
E nesta larga estrada
percorrida
o Aquém, o Além
a despedida
um até sempre
um até nunca mais
e a brisa
da Amizade repartida
a bailar nos canaviais!

Maria Mamede
(23/09/2018)






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AGRADECIMENTO TARDIO
              (A Egito Gonçalves)

Creio que nunca te agradeci
devidamente
o que fizeste por mim…
nem a luz do teu olhar
terno e fundo
nem o quase sorriso
doce e dorido.
Hoje
porque para agradecer
é sempre hora
envio-te o meu abraço
de amizade
e o meu beijo sem tempo!

Maria Mamede
(22/Set/2018)



domingo, setembro 23, 2018





Tuas mãos dois pássaros…
esticam ao sol as penas
ao romper da manhã;
duas garças brancas
pousando suavemente
no meu colo
no meu corpo
campo aberto a carícias…
e levantam
e planam
e pousam
e percorrem
e acariciam
e levantam
e planam
e pousam
e…

domingo, setembro 16, 2018


Na quietude mansa 
desta casa silente
há apesar do frio
que aparece
algo
que toda me aquece
nos horizontes restritos
da memória...
é algo comum;
qualquer estória 
possui
e sendo diferente
é sempre igual
e toda a gente
o aceita, o oferece
com olhar brilhante
e ar disperso
como quem dá
perfumes
flores
um verso
ou qualquer coisa 
sonhada ou vivida;
qualquer coisa
que nos deu mais Vida
a certa altura da Viagem.
esse algo superior
fluido, etéreo
tem um nome simples
é AMOR
que não passando, às vezes
de miragem
tem a magia
que há no lar
quando só aquece
sem queimar!...

Maria Mamede
(do Livro "A CASA SILENTE")


domingo, setembro 09, 2018



SEMPRE À VOSSA CHEGADA...
                              
                                               (aos meus Filhos, ambos emigrantes)




Sempre à vossa chegada
entra a vida pela janela
e minh' alma é renovada
pelo Amor que vem com ela;
sempre à vossa chgada
entra a vida pela janela...

sempre à vossa chegada
cheira-me a casa a canela!
Há risos na madrugada
e arroz doce na panela;
sempre à vossa chegada
cheira-me a casa a canela...

sempre à vossa chegada
mesmo em Agosto é Natal!
Abre-se a porta fechada
do meu peito, escancarada
pois sempre à vossa chegada
mesmo em Agosto é Natal!

Maria Mamede

(do livro "BANALIDADES")




quarta-feira, setembro 05, 2018

TESTAMENTO
Quando eu partir, filhos meus
que tenho pra vos deixar
a não ser o verbo amar
em desditoso exagero,
o único qu'eu ' inda quero
e sempre quis conjugar?!
Posso dizer-vos que creio
ter nascido com o destino
que a cada, de pequenino
diz do bem e diz do mal
que se terá vida fora
e afirmo, nesta hora
sem peias e sem rodeio
que amar será o meio
de o Bem supremo alcançar.
Quando eu partir filhos meus
não tereis terras, dinheiro
nem matas, nem areais
nem nada de que possais
engrandecer-vos, bem sei
mas deixarei a abundância
duma vida com fragrância
que a Natureza me deu;
vida com bem e com mal
tão simples, tão natural
tão singela com eu;
mas com ela eu procurei
deixar-vos tudo o que sei
fazer-vos ir mais além
incitar vossa vontade
de amar sempre a Verdade
e a Liberdade também!
Quando eu partir, filhos meus
não sereis donos de nada
a não ser da consciência
e nem tereis concorrência
ao querer alma lavada,
pois neste mundo, acredito
vive-se preso no fito
do lucro, do muito ter
por isso, quando eu morrer
tereis apenas em sorte
a certeza de que a morte
é uma porta, a passagem
para a eterna viagem
que à Vida nos conduz;
mas creio poder deixar
bem dentro do vosso peito
o Amor, o mais perfeito
prá vossa vida adoçar!
(do livro "BANALIDADES)     



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