quinta-feira, junho 22, 2006

MEU PORTO

Olá Amigos,

Ainda a propósito da Cidade a que chamo minha e depois de ver, apaixonadamente, alfumas fotografias que tiveram a amabilidade de me enviar através de e-mail, sobre o Meu Porto -à noite - tive de escrever algo que diz do meu amor eterno por esta Cidade e que, obviamente, fica muito aquém da sua beleza.


Eis o Poema



MEU PORTO

Quando a noite chega
com seu manto negro
e tu emerges do rio,
liquidamente coroada de luzes
meu coração acelera o compasso
e meus olhos, em êxtase
fundem-se em ti...
Pairo
gaivota em voo tardio
sem norte e sem rota
inebriada de luz
e poiso na areia..
Esqueço o ninho, a vida
e embalando o cansaço
adormeço
na espera dos primeiros alvores
dum dia de verão!...

Maria Mamede

quinta-feira, junho 01, 2006

JUNHO

Olá meus queridos Amigos e Amigas!
Há já muito tempo que não tenho oportunidade de vos enviar o meu abraço através deste meio, o que significa que tenho andado muito atarefada, muito alheia e um pouco ausente (também do País); espero "entrar nos eixos" o mais breve possível, mas sei que vai ainda demorar algum tempo até que possa voltar ao vosso convívio com regularidade.

Entretanto e como já chegamos a Junho, vim oferecer-vos um Poema de que gosto especialmente, feito às festas da Cidade (do Porto, claro) e à própria, que penso poucos de vós conhecereis.

Até sempre e apesar da ausência, creiam na minha Amizade.

Um beijo enorme a todos(as) e a cada um (uma).

MARIA MAMEDE





UM HINO À CIDADE


Ai esse corpo cidade que a cidade vai abrindo
Esse corpo de ansiedade nas vidas que vão florindo...

Ai esse corpo violado que se esgueira pelas vielas
Esse corpo mal tratado nos corpos deles e delas...

Ai esse corpo almofada sem atavios riqueza
Corpo de pedra lavrada, corpo de vida burguesa...

Ai esse corpo cidade com traineiras na lonjura
Sempre manhã, sempre tarde, nos braços da noite escura...

Ai esse corpo doçura no amor de quem lhe quer
Esse corpo dedilhado, como guitarra-mulher...

Ai esse corpo de espanto desta cidade brumosa
Todo riso, todo pranto, todo amante ansiosa...

Ai cidade marginal no desespero dos dias
Cidade nobre e leal de muitas democracias...

Ai encanto de pintores, de poetas, doutros mais
De jardins cheios de cores, de tertulias ancestrais

És cidade toda Povo de manjerico na mão
E és Porto de igualdade em Noite de S.João!...



MARIA MAMEDE