NESTE MAIO...
No Maio deste ano
nada peço...
cansada
do verso e do reverso
das bolorentas promessas
de melhora
é com dor
que vejo ir embora
a esperança que tive
e que professo
mas crer, de verdade
já não posso;
e, perdoem que vos diga
nós sempre tivemos
"mais olhos que barriga"
e acreditamos porque queremos
no arranjo "por baixo do pano"
e valorizamos o engano
a mentira, o "dá-se um jeito";
quando se fará direito
o que entortamos?
E, olhe-se bem
aquilo que logramos.
Já passaram 35 anos!
Dos cravos nem se sabe
murchos todos
pelas promessas incumpridas
pelo pão que falta
em cada mesa;
que revolta me dá
e que tristeza
olhar os olhos de quem sofre
a rodos!
Culpados?
Somos todos
ao cair, uma vez mais no mesmo logro;
oxalá acordemos num recobro
de diferentes promessas
sem perjúrio
do verbo "ser igual"
a conjugar
que latente em mim
há um murmúrio
de tormenta
prontinha a REBENTAR!...
Maria Mamede
nada peço...
cansada
do verso e do reverso
das bolorentas promessas
de melhora
é com dor
que vejo ir embora
a esperança que tive
e que professo
mas crer, de verdade
já não posso;
e, perdoem que vos diga
nós sempre tivemos
"mais olhos que barriga"
e acreditamos porque queremos
no arranjo "por baixo do pano"
e valorizamos o engano
a mentira, o "dá-se um jeito";
quando se fará direito
o que entortamos?
E, olhe-se bem
aquilo que logramos.
Já passaram 35 anos!
Dos cravos nem se sabe
murchos todos
pelas promessas incumpridas
pelo pão que falta
em cada mesa;
que revolta me dá
e que tristeza
olhar os olhos de quem sofre
a rodos!
Culpados?
Somos todos
ao cair, uma vez mais no mesmo logro;
oxalá acordemos num recobro
de diferentes promessas
sem perjúrio
do verbo "ser igual"
a conjugar
que latente em mim
há um murmúrio
de tormenta
prontinha a REBENTAR!...
Maria Mamede