sábado, agosto 28, 2010

POEMA 29

de um novo livro quase terminado, o poema 29, inspirado nos seguintes versos :




"queria de ti um país de bondade e de bruma
queria de ti o mar duma rosa de espuma"

Mário Cesariny





e se mar fosses
meu amor
país de rosas de toucar
à flor da água
de espuma
seria a minha dor
e minha mágoa
meu amor
de bruma...


Maria Mamede

sábado, agosto 14, 2010

S/ TÍTULO

(S/ poema de David Mourão Ferreira)


...e por vezes
só a fome dura meses
e esta sede de ti
eternidades
por vezes não arrisco
as verdades
nas mentiras que dizes
tantas vezes...


Maria Mamede

domingo, agosto 01, 2010

AFECTOS

No mês que findou fez anos que a minha Aldeia foi elevada a Cidade.
Muita vez tenho sido convidada para dizer um Poema relacionado com
essa ou outras efemérides, durante as Sessões Solenes levadas a cabo no
Salão Nobre da Junta de Freguesia.
Desta vez o Poema que escrevi e disse aqui fica...talvez lhe achem
alguma graça!

M.M



AFECTOS

(Aniversário da elevação de S. Mamede Infesta a Cidade)


Corre o tempo sem cuidado
da infância ao fim da vida
corre o tempo e a idade
acompanhando a corrida
transforma tudo em redor;
muita vez transforma a cor
e nela os seus cambiantes
que ora escuros ou claros
vão-nos dando a certeza
que viver é de verdade
dói, afaga e amarfanha
e a nossa vida, tão curta
às vezes é tão tamanha…
mas outras é tão risonha
que a gente esquece e sonha
que é dona da felicidade.
Assim também é a terra
que por berço nos foi dada
pequena ou grande que seja
com muito ou pouco amor
é nossa por toda a vida;
e ‘inda que ela se reparta
por muitas terras além
é sempre ela que é mãe.
E se mais não for memória
de valia, de menção
há sempre algo de ternura
quando a rezamos, baixinho
na boca e no coração.
Cidade, Aldeia, que importa?
Se a tivermos como nossa
e se um dia a escrevermos
dentro do sonho em Azul
que nos ficou na saudade
é a coisa mais bonita
vista brocados ou chita
seja Aldeia ou Cidade!
Corre o tempo e é tão depressa
que a vida passa, que finda;
não importa se foi linda
no tempo que se viveu
importa sim o que fica
nas pegadas que deixamos
e todos quantos amamos
nesta nossa caminhada
tal como importa a raiz
da nossa vida, matriz
na terra que nos foi dada;
e ‘inda que ela se reparta
por muitas terras além
é sempre ela que é Mãe.
E se mais não for memória
de valia, de menção
faz parte da nossa estória
quando a rezamos baixinho
na boca e no coração…
Cidade, Aldeia, que importa?
Se a temos como nossa
e se um dia a escrevemos
dentro do sonho em Azul
que nos ficou na saudade
é a coisa mais bonita
vista brocados ou chita
seja Aldeia ou Cidade!...

Maria Mamede