domingo, junho 17, 2012

UM HINO À CIDADE

Ai esse corpo cidade que a cidade vai abrindo
esse corpo de ansiedade nas vidas que vão florindo...

ai esse corpo violado que se esgueira pelas vielas
esse corpo maltratado nos corpos deles e delas...

ai esse corpo almofada sem atavios riqueza
corpo de pedra lavrada, corpo de vida burguesa...

ai esse corpo cidade com traineiras na lonjura
sempre manhã, sempre tarde, nos braços da noite escura...

ai esse corpo doçura no amor de quem lhe quer
esse corpo dedilhado, como guitarra-mulher...

ai esse corpo de espanto desta cidade brumosa
todo riso, todo pranto, todo amante ansiosa...

ai cidade marginal no desespero dos dias
Cidade Nobre e Leal de muitas democracias...

ai encanto de pintores, de poetas, doutros mais
de jardins cheios de cores, de tertúlias ancestrais...

és Cidade toda Povo de manjerico na mão
e és Porto de igualdade em Noite de S. João!...


Maria Mamede

segunda-feira, junho 04, 2012


NASCIMENTO

O dia tinha nascido
havia pouco
nascia uma “mulher”
logo depois
passou a mesa
a ter mais um talher
deixou na casa
de haver somente dois…
dorida e feliz
a Mãe sustinha
a “mulher” nascida
do seu seio
e no seu belo rosto
uma ruguinha
a mais, com ela veio
temendo o futuro
iniciado
pela pequena “mulher”
dormindo ao lado…

4/Junho/2012

M.M.