quinta-feira, junho 23, 2011

UM HINO À CIDADE

De vez em quando volto aos meus poemas à minha Cidade... este é um dos que mais gosto.



UM HINO À CIDADE

Ai esse corpo cidade que a cidade vai abrindo
Esse corpo de ansiedade nas vidas que vão florindo...

Ai esse corpo violado que se esgueira pelas vielas
Esse corpo mal tratado nos corpos deles e delas..

Ai esse corpo almofada sem atavios riqueza
Corpo de pedra lavrada, corpo de vida burguesa...

Ai esse corpo cidade com traineiras na lonjura
Sempre manhã, sempre tarde, nos braços da noite escura...

Ai esse corpo doçura no amor de quem lhe quer
Esse corpo dedilhado, como guitarra - mulher...

Ai esse corpo de espanto desta cidade brumosa
Todo riso, todo pranto, todo amante ansiosa...

Ai cidade marginal no desespero dos dias
Cidade nobre e leal de muitas democracias...

Ai encanto de pintores, de poetas, doutros mais
De jardins cheios de cores, de tertúlias ancestrais

És cidade toda Povo de manjerico na mão
E és Porto de igualdade em Noite de S.João!...



Maria Mamede

quarta-feira, junho 08, 2011

In "A INCOERÊNCIA DO SONHO"

As palavras ditas
meu amor
antes sonhadas
foram em mim
aprisionadas
pr ’ás gerar depois
e dar à vida…
palavras como mãos
e acariciam
palavras como voz
e que ciciam
a canção de embalar
jamais ouvida!

Maria Mamede

quarta-feira, junho 01, 2011

ANIVERSÁRIO

Faz tantos anos Mãe
tantos
que grávida de sonho
acalentaste a vida
no teu ventre
e se acaso este “hoje”
fosse “sempre”
como eu queria
poder voltar
em ti!
Faz tantos anos Mãe!
E eu nunca vi
ninguém
que dar amor
tão bem soubesse
e mais que todos
o amor merecesse
e tão pouco tivesse
ó minha Mãe!...

Maria Mamede