COMEMORAÇÃO...
Estamos quase a chegar a uma data "marco", passado recente da História do nosso País...
Por tal motivo, deixo-vos aqui uma Carta; alguns já a conhecem, pois já me ouviram dizê-la em Noites de Poesia; outros já a possuem, ofereci-a a várias pessoas, a quem ela agradou e ma solicitaram; hoje, quero partilhá-la com todos(as) quantos(as) sentem como eu senti quando a escrevi há 10 anos atrás e continuo a sentir (infelizmente) volvido todo este tempo...
Salve-se a Esperança!
1ª.CARTA A ZECA AFONSO
QUEIXAS
Zeca,
Que tristeza pensar que foi loucura
Lutar tanto tempo, se afinal
O esquecimento desfez toda a amargura
Todo o sofrimento e todo o mal!
E sofreste tu, por teres cantado
As lutas que devíamos lembrar
E por teres rido e por teres chorado
Por quem tinha medo de falar...
Ó como dói ver que nas campinas
Vergadas por jugos diferentes
Continuam ceifando as Catarinas
Mas mais conformadas, mais descrentes...
E o choro contido nas palavras
Histórias que trazemos, já contadas
Memórias que não dão riso, mas pena...
Ai a dor de serem de novo escravas
As gargantas já antes libertadas
Quando cantaram a "Grândola Morena"!
E esta imensa dor de ver traídos
Os ideais de Abril, renovação
Desse Mês-País, que fez história!
São agora angústia e são gemidos
Os cravos vermelhos da Revolução;
Mais um Alcácer de Bruma na memória!...
Zeca,
Toma os meus olhos, são fontes sem água
Donde brotaram jorros de alegria
Na liberdade das paixões a arder;
Ai meu Amigo, esta imensa mágoa!
Nosso País mais uma vez se adia,
Toma os meus olhos, que eu não quero ver!...
Maria Mamede
Por tal motivo, deixo-vos aqui uma Carta; alguns já a conhecem, pois já me ouviram dizê-la em Noites de Poesia; outros já a possuem, ofereci-a a várias pessoas, a quem ela agradou e ma solicitaram; hoje, quero partilhá-la com todos(as) quantos(as) sentem como eu senti quando a escrevi há 10 anos atrás e continuo a sentir (infelizmente) volvido todo este tempo...
Salve-se a Esperança!
1ª.CARTA A ZECA AFONSO
QUEIXAS
Zeca,
Que tristeza pensar que foi loucura
Lutar tanto tempo, se afinal
O esquecimento desfez toda a amargura
Todo o sofrimento e todo o mal!
E sofreste tu, por teres cantado
As lutas que devíamos lembrar
E por teres rido e por teres chorado
Por quem tinha medo de falar...
Ó como dói ver que nas campinas
Vergadas por jugos diferentes
Continuam ceifando as Catarinas
Mas mais conformadas, mais descrentes...
E o choro contido nas palavras
Histórias que trazemos, já contadas
Memórias que não dão riso, mas pena...
Ai a dor de serem de novo escravas
As gargantas já antes libertadas
Quando cantaram a "Grândola Morena"!
E esta imensa dor de ver traídos
Os ideais de Abril, renovação
Desse Mês-País, que fez história!
São agora angústia e são gemidos
Os cravos vermelhos da Revolução;
Mais um Alcácer de Bruma na memória!...
Zeca,
Toma os meus olhos, são fontes sem água
Donde brotaram jorros de alegria
Na liberdade das paixões a arder;
Ai meu Amigo, esta imensa mágoa!
Nosso País mais uma vez se adia,
Toma os meus olhos, que eu não quero ver!...
Maria Mamede