HORAS
Vem
no ocaso dos dias
Em
todas as agonias
A
toda a gente que chora;
Eu
te imploro, a cada hora
Por
crenças, filosofias
Senhora
das ventanias
E o
desapego de agora;
Senhora
feita de luz
Luzeiro
mor nesta vida
Tu
que levas de vencida
Toda
a dor, toda a tristeza
És
Senhora da riqueza
Na
alma de cada ser
E
porque Te é dado ver
Pra
dentro de cada um
Sofres
como mais nenhum
Outro
ser, entre os mortais;
Se
pensamos ser iguais
A
Ti, ó Graça tamanha
Apenas
Tu és montanha
Sopé,
as nossas vontades
Só
Tu és luz que nos banha
Senhora
das Tempestades!
Senhora
de horas dolentes
Na
solidão dum claustro
Sem
vil metal, sem o fausto
Do
que se compra no mundo
Traz
teu abraço profundo
Senhora
da liberdade.
Senhora,
nas agonias
E
faz que vença a verdade
Senhora
das ventanias
Na
senda de vãs vontades;
Ó
dona das tempestades
Vem
no ocaso dos dias!...
Maria Mamede