quinta-feira, março 30, 2006

(DES) ENCONTRO

Como faltaste ao nosso encontro
Deixei-te, meu amor
Pelas calçadas da vida
Uma estrela
E a luz implícita
Para que teu coração
Não esqueça
Os caminhos de mim!...



Maria Mamede

terça-feira, março 28, 2006

NA TUA VIDA

Eu quero ser na tua vida, um gesto!

A ternura dum beijo dado a medo
Nem passeata, discurso ou manifesto,
Canção de ninar ou de protesto
Um gesto, um simples gesto, ou um segredo!

Eu quero ser na tua vida, um ponto!

Ponto de combustão, ponto do prumo
Ponto cardeal ou contraponto,
O ponto final dum texto pronto
Um ponto; partida ou chegada a qualquer rumo!

Eu quero ser na tua vida, o nada!

Ausência total, coisa nenhuma
Vazio absoluto, nada, nada
Nada de porta aberta, escancarada
O nada; todo brisa, todo bruma!

Eu quero ser na tua vida, cheiro!

Forte, que perturba, que inebria,
Mas não de poder ou de dinheiro;
Um cheiro de povo, um simples cheiro
De giesta de serra e maresia!...


Maria Mamede

quinta-feira, março 23, 2006

LUARES

Tão alva me sustém a própria lua
Tão alva, no fulgor de argento
Que dela se evola meu lamento
De vida solitária, como a sua...

Como ela, sofro o encantamento
De longes, de passados, de distâncias
E com ela partilho as errâncias
Por caminhos de negro e sofrimento...

E por essa alvura plena abraçada
Eu sou raio de prata iluminada
Na solitária noite intemporal...

Sou rouxinol cativo, voz que chora
O encanto quebrado, a cada aurora
No regresso ao pecado original!...


Maria Mamede

quinta-feira, março 16, 2006

SAUDADES

Falo-te de saudades
Meu amor!
E vê
Na tristeza do acto
A saudade pairando
Ave de rapina
Sobre o coração ferido...
Falo-te de saudades
Meu amor!
Das longas noites
Sem o teu corpo
E dos longuíssimos dias
Sem o sol da tua voz
A brisa do teu beijo
O pão do teu abraço
A água dos teus olhos;
Feitas de fome e de sede
São as saudades
Que crescendo em mim
Me matam à míngua
Pela vida sem ti!...

Maria Mamede

quarta-feira, março 08, 2006

P.S.

Gostaria de chamar a vossa atenção para os meus dois recentes blogs, cujos endereços aqui deixo, os quais espero queiram visitar e onde talvez encontrem algo do vosso agrado.
Depois me dirão.

Beijos de muita Amizade.

Maria Mamede



NB.:- 1º) http://lusoiberica.blogspot.com (título:-XANGRILAH)
- 2º) http://xangrilah.blogspot.com ( " :-SE NÃO HOUVESSE FRONTEIRAS)

Queridas(os) Amigas (os)

Como hoje o dia se convencionou ser para homenagear as Mulheres, (coisa que eu acho deveria ser feita todos os dias), a minha homenagem será através dum pequeno poema inserido no meu livro "Poemas Maiatos" e que diz respeito à freguesia de Pedrouços.


O mar andou lá pelo Monte dos Castros
Dizem as conchas,
No tempo em que os astros
Andavam rentes ao chão.
E cobriu a terra toda
No tempo do Dilúvio,
Com água chorada por mim
E por todas as Mulheres.


Maria Mamede

domingo, março 05, 2006

QUATRO

A quatro mãos se dedilham
Os corpos que mais amamos
E quatro lábios perfilham
Sensações, em que nos damos...

A quatro mãos se faz versos
A quatro braços se abraça;
Com alguns sonhos dispersos
Formamos graça ou desgraça...

Com quatro mãos em carícias
Expiramos nas delícias
Ressuscitando no encanto;

A quatro mãos despedimos
Os braços em que medimos
Toda a distância do pranto|...


MARIA MAMEDE